Neste Artigo
- Introdução: Por Que a Crase Ainda Derruba Candidatos em 2025?
- 1. O Conceito Fundamental: O Encontro dos “As”
- 2. Casos Proibidos: Onde a Banca Tenta Te Enganar
- 3. Casos Específicos e “Cascas de Banana”
- 4. Raio-X das Bancas 2025: FGV vs. Cebraspe
- 5. Casos Facultativos: Onde Você Escolhe (Mas a Banca Decide)
- Considerações Práticas para sua Aprovação
Introdução: Por Que a Crase Ainda Derruba Candidatos em 2025?
Se você está se preparando para os grandes concursos públicos previstos para 2025 — como Banco do Brasil, Tribunais (TJ, TRT) ou áreas fiscais —, já deve ter percebido um padrão nos editais: a Língua Portuguesa continua sendo o fiel da balança. E dentro dessa disciplina, poucos tópicos geram tanta insegurança quanto o uso do acento grave, popularmente conhecido como crase.
Dados recentes de análises de desempenho em provas aplicadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Cebraspe mostram que questões de sintaxe e regência (onde a crase se encaixa) estão entre as que possuem maior índice de erro. Não se trata apenas de decorar regras; as bancas modernas exigem lógica e compreensão do sentido do texto.
Neste guia premium, vamos desmistificar a crase de uma vez por todas. Esqueça a “decoreba” vazia. Vamos focar no raciocínio lógico que resolverá 95% das suas dúvidas na hora da prova, com foco total nas tendências de 2025.
1. O Conceito Fundamental: O Encontro dos “As”
Para dominar a crase, é preciso entender que ela não é um acento aleatório. Ela é a fusão (contração) de duas vogais idênticas. Matematicamente, na gramática, podemos dizer que:
Preposição “a” (exigida pelo termo anterior) + Artigo “a” (admitido pelo termo posterior) = À
Se o verbo ou nome não pede preposição, não há crase. Se a palavra seguinte não aceita artigo feminino, não há crase. Simples assim.

A Regra de Ouro: “Vou a, Volto da”
Antes de entrar nas exceções complexas, vamos garantir o básico que salva vidas. Para nomes de lugares (cidades, países, estados), use o macete clássico:
- Vou a Roma, volto de Roma. (Não tem crase: “Vou a Roma”)
- Vou à Bahia, volto da Bahia. (Tem crase: “Vou à Bahia”)
Se você volta “da”, craseie o “a”. Se volta “de”, crase pra quê?
2. Casos Proibidos: Onde a Banca Tenta Te Enganar
Em provas de nível médio e superior, as bancas adoram colocar a crase onde ela não deve existir. Memorize estas proibições absolutas, pois elas eliminam muitas alternativas incorretas rapidamente.
Não use crase antes de:
- Palavras masculinas: “Andava a cavalo”, “pagou a prazo”, “falar a respeito”. (Exceção rara: quando subentende-se “à moda de”, ex: “gol à Pelé”).
- Verbos: “Estou disposto a ajudar”, “começou a chorar”. Verbo não aceita artigo!
- Pronomes de tratamento (maioria): “Refiro-me a Vossa Excelência”, “Peço a Você”. (Exceção: Dona, Senhora e Senhorita aceitam crase).
- Palavras repetidas: “Dia a dia”, “frente a frente”, “boca a boca”.
O Caso do “A” Singular + Palavra no Plural
Este é um favorito do Cebraspe. Observe a frase:
“O diretor referiu-se a candidatas aprovadas.”
Está correto? Sim, sem crase. Por quê? O “a” está no singular (apenas preposição) e “candidatas” está no plural. Para ter crase, ou ambos ficam no singular, ou ambos no plural com crase (“às candidatas”). Nunca misture singular com plural nesse caso.
3. Casos Específicos e “Cascas de Banana”
Horas: A Regra e a Exceção
Na indicação de horas exatas, a crase é obrigatória.
- “A reunião será às 14h.”
- “Chegamos à uma hora da tarde.”
Cuidado: Se houver preposições como “desde”, “para” ou “até” antes das horas, a crase muda ou desaparece. Ex: “A reunião está marcada para as 14h” (sem crase, pois “para” já é a preposição).
A Palavra “Casa” e “Terra”
Essas palavras funcionam como se fossem “tímidas”. Elas só aceitam o artigo (e a crase) se estiverem especificadas.
- “Cheguei a casa cansado.” (Sua própria casa, sentido de lar = SEM crase).
- “Fui à casa dos meus pais.” (Especificada = COM crase).
- “Os marinheiros voltaram a terra.” (Terra firme, oposto de mar = SEM crase).
- “Voltei à terra onde nasci.” (Especificada = COM crase).

4. Raio-X das Bancas 2025: FGV vs. Cebraspe
Entender o perfil da banca é metade da aprovação. Veja como o tema deve aparecer nas provas deste ano:
FGV (Fundação Getúlio Vargas)
A FGV ama o Paralelismo Sintático. Ela vai criar uma frase onde o primeiro termo tem crase e o segundo não, quebrando a lógica.
- Errado: “Dedico meu tempo à família e a trabalho.” (Falta de paralelismo).
- Certo: “Dedico meu tempo à família e ao trabalho.” (Preposição + Artigo em ambos).
Além disso, a FGV explora muito as locuções adverbiais femininas (às pressas, à medida que, à noite) em contextos de interpretação de texto.
Cebraspe (Cespe)
O foco aqui é a Reescrita de Frases. A banca pedirá para substituir um termo e perguntará se a crase deve ser mantida ou retirada.
Exemplo típico: Trocar “Refiro-me à diretora” por “Refiro-me a ela”. A questão afirmará que o acento grave deve ser mantido. O gabarito será ERRADO, pois não se usa crase antes de pronomes pessoais como “ela”.
5. Casos Facultativos: Onde Você Escolhe (Mas a Banca Decide)
Existem três situações onde o uso da crase é opcional. Memorize como “DNA”:
- Depois da preposição “até”: “Fui até a praia” ou “Fui até à praia”.
- Nomes próprios femininos: “Entreguei a Maria” ou “Entreguei à Maria”.
- Antes de pronomes possessivos femininos (singular): “Refiro-me a minha amiga” ou “Refiro-me à minha amiga”.
Atenção para 2025: Se o pronome possessivo estiver no plural (ex: “nossas”), e o “a” estiver no singular, cai na regra da proibição (singular + plural) e deixa de ser facultativo para ser proibido.
Considerações Práticas para sua Aprovação
Dominar a crase exige treino constante. A melhor estratégia é resolver baterias de questões filtradas pela banca do seu concurso. Ao encontrar uma questão de crase, não aja no automático. Faça o teste da troca: substitua a palavra feminina por uma masculina equivalente (ex: “escola” por “colégio”). Se virar “ao colégio”, então é “à escola”. Se virar “a colégio” ou “o colégio”, não tem crase.
Lembre-se: em concursos de alto nível, cada décimo conta. A segurança gramatical não só garante pontos nas questões objetivas, mas também protege sua nota na Redação Discursiva, onde erros de crase são penalizados severamente.
Autor: Prof. Ricardo Mendes é especialista em Língua Portuguesa para Concursos Públicos com mais de 10 anos de experiência em cursinhos preparatórios. Aprovado em 3 concursos federais, hoje dedica-se a traduzir o ‘gramatiquês’ das bancas FGV e Cebraspe para uma linguagem estratégica e acessível aos estudantes de todo o Brasil.